terça-feira, 29 de julho de 2008

Rocky Mountains - Canada - 1200 km

Meu planejamento pra essa prova começou em agosto do ano passado, durante o Paris-Brest-Paris (PBP), que não fui por falta de recursos. Enquanto outros brasileiros tentavam completar a prova, eu navegava na internet descobrindo quase todas as provas de 1200 km ao redor do mundo, até que achei o site do Rocky Mountains, foi algo como amor a primeira vista, naquele momento eu decidi que iria pro Canada. Não sabia se eu teria condições físicas nem de fazer o PBP, e as montanhas do RM deixava o trajeto francês parecendo plano, mesmo assim eu já estava decidido.
Primeiro desafio: Devido a limitação de vagas, em março é feito um sorteio entre os inscritos, foi a primeira noite sem dormir aguardando horas e horas a lenta atualização do site, finalmente as 3 da manhã pude ver meu nome na lista do evento e já parti pra compra da passagem.
36 horas entre vôos e conexões até chegar a Vancouver, depois mais 4 horas de carro em direção a Kamloops, local da largada/chegada.
Tudo teve que ser bem planejado, tinha que ser perfeito, pra em caso de desistência, ela não ter sido motivada por logística errada, então obviamente chequei tudo umas 5 vezes. A dificuldade está em carregar o minimo possível pra bike não ficar tão pesada sem deixar de levar o que é essencial, já que não é permitido veículos de apoio, expectativa inicial era de terminar em 87 horas, 3 abaixo do limite de 90 horas.

Antes da largada – Feito o check in e a vistoria da bike, andei um pouco pela cidade pra almoçar, e aliviar a tensão, suficiente pra minha havaiana fazer uma bolha no meu pé esquerdo. Voltei ao Kamloops Curling Club tentar relaxar um pouco, ou no carpete ou no sofá, mas tentar dormir foi inútil, a excitação pré prova simplesmente não deixa eu tirar um cochilo que seria importante. Finalmente as 9 da noite começo a me vestir pra largada as 10. Como foi tudo checado muitas vezes, nada estava faltando.... quer dizer, cade minha meia e minha bandana? Menos mal que tinha meias a venda pela organização (la se vão 10 dólares) e tive que sair sem bandana mesmo.
Largada Kamloops – Clearwater (km 123) – Finalmente as 22:00 chegou a hora de direcionar toda aquela adrenalina pra mover a bike, um breve briefing até que o diretor fala “eu não sei o que vocês ainda estão fazendo aqui, vão pra estrada”, 105 ciclistas partindo, muita gente aplaudindo na saída da cidade e vários pelotões se formando, o que foi muito bom pela iluminação conjunta e pra pegar um pouco de vácuo já que toda economia de energia é bem vinda.
Já nos primeiros 30 km, uma das minhas garrafas caiu da bike, ou seja, já tive que readequar minha estrategia de hidratação de 3,2 pra 2,4 litros/100 km, pois não pretendia parar pra procurar na escuridão e ainda perder o pelotão. O clima tava bom, ate C1 - Clearwater (Control 1) a temperatura ficou na casa dos 12º.
Finalmente depois de pouco mais de 4 horas e 123 km chegamos na primeira parada as 2:35 da manha. Muita comida disponível, hora de esvaziar a bexiga também, mas tudo muito rápido pra não perder tempo e esfriar a musculatura, depois de 16 minutos parado iniciei o segundo trecho.
Clearwater-Blue River (km 229) – Já sai de Clearwater um pouco mais agasalhado, pois esse trecho seria o mais frio do primeiro dia, além disso a partir desse ponto começaram as subidas, ainda muita gente agrupada o que facilita virar a noite pedalando, pois vamos batendo papo sem nem lembrar que ainda tínhamos mais de 1000 km pela frente, boa parte desse trecho foi na compania do canadense Barry Chase. Apesar de ainda ser uma área de baixa altitude, seguíamos entre montanhas, o que nos brindava com um vento gelado. 4:30 da manha começou a amanhecer, melhorando a visibilidade, mas também é o horário mais frio que nesse dia chegou a 3º, mas manteve a maior parte do tempo em torno de 5º. Pela manha, mais precisamente entre os km 180 e 260, algo me fazia sentir desconfortável, parecia cansaço, naquele momento comecei a pensar que poderia não conseguir, mas ao mesmo tempo o lado racional mostrava que eu não estava cansado, estava adiantado e cheguei no C2 1:05 antes do previsto as 8 da manha, ou seja, se realmente estivesse cansado ainda tinha um tempinho extra pra descansar.
Blue River – Valemount (km 319) – Mantendo o ritmo, sempre baixando os tempos previstos, me livrei daquela tentativa do subconsciente de minar minhas energias. Ao mesmo tempo as paisagens espetaculares desviavam a atenção pro fato que estávamos sempre pedalando ladeira acima. Nesse trecho já apareceu o primeiro urso, ta certo que era um filhote, mas é algo que não se vê no Brasil. Enquanto isso iam alternando as companias da pedalada, uma hora foi um alemão, depois um iraniano que morava na florida, depois um jovem casal de Vancouver sendo que era o primeiro 1200 dela e o segundo dele, um Australiano. Isso tudo ajuda a não pensar no que tínhamos pela frente, já que eram tantas culturas diferentes, então não faltava assunto..... enquanto isso... ladeira acima. Cheguei no C3 as 12:27, aproveitei pra almoçar e é claro, abastecer as garrafas.
Valemount – Jasper (km 443) – Minha primeira parada pra um cochilo tava programado pra Beauty Creek (530 km) mas resolvi parar mais cedo em Jasper (era meu plano B previamente estudado) pois a estrutura la seria melhor pra um cochilo. Pra se chegar em Jasper já tem que subir alguns morros, seguindo por dentro do parque nacional e como sempre, por paisagens deslumbrantes. O dia segue muito quente, mas pela altitude, assim que o sol começa a se por, a temperatura despenca. Cheguei em Jasper já com um frio razoável depois de completar os 447 iniciais as 7:53 da noite... quer dizer... da tarde, pois anoitece uma 9:30 por aqui. Nem passa pela cabeça que ainda tenho quase 800 pela frente, fica só a satisfação de ter dado o primeiro passo sem nenhum problema, fechando o primeiro dia apos 21:53 rodando, ainda abaixo do tempo previsto. Depois de um merecido banho, um jantar caprichado, fui pra tirar um cochilo num belo tapete emborrachado.
Jasper – Beauty Creek (km 530) – Pude dormir por 3:30, mas acordei com muita dor nos ombros, enquanto levantava, tomava café da manha ela foi passando e as 2:15 da manha iniciei a subida até Beauty Creek. De novo durante o amanhecer, é a hora que o frio ataca, e o frio era meu maior medo, mas apesar de estar apenas 1º, não tive nenhum tipo de problema. Algumas subidas se você parar pra pensar um pouco acaba chorando, então o melhor é definitivamente não pensar, apenas ir adiante ate chegar nos 1500 m de altitude de Beauty Creek. Aproveito pra aumentar meu nível cultural, mas percebo que o inglês é uma língua muito pobre de vocabulário, pois só se ouvia as palavras climbing e uphill.
Chegando em Beauty Creek, fico surpreso com a hospitalidade, o café da manha caprichado e é claro a calefação, que me dava vontade de não sair.
Beauty Creek – Lake Louise (km 677) – Esse é definitivamente o trecho mais esperado da prova, pois envolve a travessia das 2 maiores montanhas da prova, com 2035 e 2065 metros, saindo do C5, tem uma longa reta, mas quando aparece a subida... putz... é impressionante a inclinação daquilo, consigo manter uma velocidade incrível entre 6 e 8 km/h, mas sei que o importante é não ficar pensando que se tata de uma subida de 40 km de extensão, mas felizmente, essa parte ingrime é só nos primeiros 8 km, depois fica uma subida dentro de padrões aceitáveis ate atingir o topo aos 2035 metros. Finalmente aparece uma ladeira abaixo, depois de 570 km, mas não é muito confortante saber que baixamos novamente pra 1400 m e la vem a outra montanha pra ir aos 2065 metros. Essa subida é o contrario, começa de maneira aceitável, onde da pra manter entre 13 a 15 km/h, mas a parte final, aquela chega a bater desespero quando lembro, a temperatura voltou a bater a casa dos 27º e acabei tendo que encher as garrafas num rio, essa agua já vem naturalmente gelada. Chegando no topo da montanha, resolvo verificar o estado da minha pele no meu ponto de ligação com a bike (conhecido como bunda) pois não estava mais achando uma posição confortável pra sentar. Assim que meu dedo toca, dou um berro de dor, tinha uma bolha enorme, já estourada, e o negocio tava em carne viva, alem de sangrando um pouco. Tive que seguir em pé ate o C6, por mais ou menos 37 km, o que me fez perder muito tempo, deixei de aproveitar a descida e ainda ganhei uma linda dor nos 2 joelhos, que por sinal a partir daí, ela foi minha fiel companheira ate o final da prova.
Finalmente as 5:25 da tarde chego em Lake Louise. Esse controle é atípico, pois dali sai pro único trecho que é fora da volta, vai ate Castle Junction, e na volta passa de novo por Lake Louise para ir até Golden, isso me fez ter uma boa noção do tempo que perdi, pois alguns ciclistas que estavam subindo os morros comigo, estavam la, porem já haviam ido a Castle Junction e pararam la novamente pra abastecer, ou seja, eu estava 54 km pra trás Única solução pra isso foi feita – parada o mais rápido possível, lavei bem o ponto de ligação (a tal da bunda) o que rendeu alguns urros de dor, passei uma pomada anti bactéria e fiz uma boa cobertura com micropore, alem de um saco plastico no selim, pra evitar a fricção, comi rápido e iniciei a ida pra Castle Junction.
Lake Louise – Castle Junction (km 705) – Finalmente pude voltar a sentar, mas agora sempre seguia acompanhado da minha amiga (dor no joelho) eu até conversava com ela de vez em quando, nesse trajeto curto conheci o Joseph, um Alemão-Americano-Francês – explico – nasceu na Alemanha, mora nos estados unidos desde 1991, é casado com uma francesa e só se comunica com ela em francês, da pra imaginar o sotaque. Ele foi a pessoa com quem mais conversei, pois do km 680 ate o final fizemos juntos. Chegamos em Castle Junction as 7:28 e a parada foi praticamente um "stop and go" tipico na formula 1, mas tive a oportunidade de tomar um susto quando me vi no espelho no banheiro, naquele momento imaginei minha aparência ao final da prova... melhor não pensar...
Castle Junction – Golden (km 815) – Decidimos não parar em Lake Louise de novo pra abastecer, assim aproveitaríamos ao máximo a luz do dia, e porque teoricamente esse era um trajeto fácil ate Golden, já que era quase todo ladeira abaixo com 800 m de desnivel, assim recuperaria parte do tempo. Logo na primeira descida pego em cheio um buraco que rasgou minha camara traseira, por sorte o pneu não foi danificado, pois lembra que eu chequei tudo um monte de vezes antes da prova? O pneu reserva também foi esquecido. Essa troca da camara acabou custando quase 30 minutos devido a dificuldade em manusear a bicicleta com todo peso que estávamos carregando, a falta de sensibilidade nas pontas dos dedos e a total escuridão Daí por diante, foi um dos trechos mais tensos, pois minhas pilhas estavam fracas (as reservas tavam me esperando em Golden) e a pista estava cheia de buracos, pequenos suficiente pra não atrapalhar os carros, porém grandes o suficiente pra arrebentar uma roda de bicicleta, além de um acostamento que não estava em boas condições e um fluxo surpreendente de carros e caminhões. Foi um longo trecho descendo na casa dos 20 km/h (tinha previsto descer ente 60 e 70km/h), de vez em quando acertando outros buracos o que me fez chegar exausto em Golden, alem de muito atrasado. Cheguei lá as 2 da manha, quase 5 horas atrasado em relação ao meu planejamento o que me faria estourar as 90 horas do tempo limite. Solução de novo – reduzir as horas de sono. Depois de jantar, tomar banho e trocar o curativo, dormi por 1:30. Quando acordei... não acreditava que sentia tanta dor, precisei de alguns minutos deitado ainda no ginásio (de novo os tapetes emborrachados) pra aos poucos ir mexendo alguns músculos devagar e depois finalmente levantar. Não preciso mencionar minha amiga do joelho.... nesse momento já estávamos tão íntimos que acho que não preciso ficar mencionando sua constante compania.
Golden – Revelstoke (km 965) – O inicio da pedalada parece uma tortura, a perna não obedece, o joelho dói e eu sai do C8 parecendo o Guga jogando, cada giro no pedal um grito tipico de tenista dando raquetada, demorou uns 10 minutos pra eu conseguir botar uma cadencia normal, e só então acho que minha amiga percebeu que eu era parceiro dela, e voltou a me acompanhar de maneira mais pacífica, desistiu de tentar me matar.
Golden fica a 750 metros de altitude e tínhamos pela frente 2 montanhas, a primeira de 1100, descendo a 750 de novo, e subindo a 1330. Claro que depois de 1000 km rodados, qualquer subida pode ser um problema, mas essas eram realmente ingrimes, não sei porque, mas me senti muito bem nelas e subi passando muita gente, ainda vinha na cabeça um trecho de uma musica do Élvis "it isn't only a hill, any longer, you gave me a mountain, this time" foi até inspirador, pois eu queria mudar o trecho que fala "you gave me a mountain i will never climb". O Joseph ficou pra trás, mas parei no topo pra agrupar de novo, afinal, já eramos uma dupla naquele momento e ali já tinha certeza que chegaríamos juntos.
Depois dessa, foi uma boa descida até Revelstoke que fica apenas 500 metros acima do nível do mar, agora também na compania de um casal japonês, sendo que ela não falava inglês. Em uma das descidas uma das garrafas do Joseph caiu, ele estava uns 300 metros a minha frente, parei pra pegar e quando levantei a cabeça, não o vi mais, deduzi que ele tinha entrado numa das lanchonetes indicadas na planilha de navegação e resolvi entrar também, o acesso era bem complicado e quando chego, o cara não tava la... bem resolvi fazer um lanche assim mesmo, um sanduiche de salmão, já que salmão por la é tão popular quanto frango no Brasil. Segui até o controle e chegando la, as 14:51 devolvi a garrafa ao Joseph, que havia chegado 20 minutos antes.
Revelstoke – Enderby (km 1077) – Esse foi um trecho especialmente torturante pra mim, pois os 40 km finais eu tava muito fraco, eu tinha parado de tomar gatorade desde o km 600, pois a acidez queimou todo o meu lábio, alem da comida ser muito do padrão americano (gordura e sal), então percebi que não tava me alimentando direito principalmente pelo medo de alguma comida me fazer mal e eu jogar a prova pela privada (literalmente), mas chegou no ponto que ou eu comia ou não completava, então depois de passar por maus momentos... quer dizer, péssimos, eu tava tonto, tive que ficar alguns minutos deitado no asfalto, e literalmente fui me arrastando ate Enderby, não tenho nem muito o que falar desse trecho, pois não lembro de nada, apenas de tentar tomar Power Gel e não sentir nenhum efeito, acho que não senti nem mais a presença da minha amiga no joelho, de tão grogue que eu tava, talvez eu seja uma novidade na medicina tendo pedalado 40 km em coma. A receita pra reverter isso eu já sabia, então cheguei em Enderby (acho que abduzido por uns ETs protetores de ciclistas) comi um pouco, dormi 15 minutos, depois comi muito, mas muito mesmo, tudo que tinha direito, depois mais um cochilo de 15 minutos e pronto, la estava eu de volta a prova, inteirão, o pessoal do Controle ficou super preocupado quando viu meu estado chegando la, mas depois da terapia intensiva virei um novo homem, sem abandonar minha amiga que me lembrou que ainda estava lá. Só pra constar, chegamos as 22:45 la e tenho que agradecer ao Joseph, pois ele ficou comigo nesse trecho, viu que sozinho eu não chegaria.
Enderby – Salmon Arm (1100 km) – Já na saída, encaramos uma subida razoável de 4 km, claro que não se compara as montanhas, mas depois de tanto esforço, até uma subida dessas que se compara a subida dos condomínios depois da ponte JK (Brasília), fica difícil. Mas eu tava inteiro e até que foi tranqüilo, além disso era um trecho curto entre 2 controles, mas algumas dificuldades apareceram, Joseph que havia levado quase um atlas com todos os mapas de todas entradas das cidades dos controles, errou o trajeto por 3 vezes, foi a vez do meu GPS mental nos salvar, acho que o ultimo neurônio que funcionava era o do GPS, por 2 vezes ele ouviu meu grito e retornou, mas em uma delas tive que ir atrás dele pra avisar que tinha passado a entrada. Chegamos em Salmon Arm as 2:05 da manha pra mais um reforço na alimentação. Pensei em continuar, pois tava bem e só faltavam 110 km, mas foi a vez do Joseph ficar sonolento e em solidariedade, fiquei por la pras ultimas 2 horas de sono, mas não sem antes assistir-lo vasculhando seus mapas tentando entender onde errou. A surpresa negativa desse controle foi que os chuveiros não estavam disponíveis 24 horas, então o banho foi cortado da estratégia, apenas um banho de gato na pia do banheiro e a troca do curativo, mas o clima lá era muito bom, pois contrastava a cara de cansaço de todos com a euforia de faltar apenas 110 km.
Salmon Arm - Kamloops (chegada 1211,3 km) – Um belo café reforçado e esperamos os primeiros raios de sol, pra poder aliviar um pouco da bagagem como colete refletivo, parte da iluminação e até uns agasalhos. Agora estava tudo a nosso favor, pois tínhamos tempo de sobra, bike mais leve e a chuva não tava forte. Faltavam apenas 4 subidas e descidas estilo 7 curvas (BR 060 km 5 GO) e depois tudo plano nos 50 km finais. O inicio do pedal de novo eu mostrei meu talento no tênis, pois pelo menos na parte dos gritos eu me sairia bem. Pude assim me certificar que minha amiga ainda tava la, e como tinha dormido, ela descansou bem e tava mais forte que nunca. Tivemos a oportunidade de pedalar nesse trecho com um casal de Boston, o cara é simplesmente Ed Kross, fazendo seu 12º 1200 km, só de Boston Montreal Boston, foram 5, e o primeiro foi o recorde da prova que permaneceu por vários anos, sua mulher Jéssica Eckhardt estava na segunda participação, foi bom pruma troca de experiencia e foi gostoso ver no visual, a gente se afastando e deixando eles pra trás... Apenas no visual, pois como eles eram do grupo das 84 horas, na verdade então, eles estavam 6 horas na frente... hehehe.
O objetivo era fechar ate 1 da tarde, o que daria 87 horas, mas dava pra ser melhor, então aceleramos pra baixar o tempo. Esse trecho é famoso pelo vento contra constante, mas não sei se demos sorte ou simplesmente estava num transe profundo que não senti vento, até que finalmente, após exatamente 85 horas e 35 minutos, foi grande a emoção de ver as pessoas aplaudindo e finalmente um sonho realizado.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Audax 300 - Porto Alegre - 10/05/2008 - 10º Audax


Continuando minha meta de fechar a série completa pelo 2º ano seguido, me inscrevi pro Audax 300 de Porto Alegre, ja que o de Brasília deixou de ser interessante. Minha maior preocupação era ficar doente na vespera, ja que qualquer resfriado me derrubaria, pois não teria como enfrentar o frio de 8º durante a madrugada se nao estivesse 100%.
Fui pra Porto Alegre na quinta, ainda aproveitando a promoção da Varig de R$ 48,00, carreguei a minha bike e a do Marcão, ja que ele seguiria de Gol no dia seguinte e a Gol tem aquela politica de extorquir ciclistas. Chegando me hospedei no Hotel Porto Alegre, junto do Denis (SP) que apesar de corintiano, é gente boa. Na sexta, rodamos um pouco pelo centro e fomos ja de noite pro aeroporto buscar o Marcão. Assim que ele chegou, fomos direto pra pizzaria Cabanas em Canoas abastecer bem, em compania da famosa dupla Fucker n Sucker (Franzen e Giovani) alem das respectivas patroas, mãe e filho do Franzen, ja que a largada estava marcada pra meia noite, saimos de la as 21:30 direto pro hotel preparar tudo pra prova.
Nessa prova, minha cabeça não estava preocupada em ser o primeiro a fechar, pois o Marcão ja tinha desistido nas 2 tentativas anteriores de fechar os 300, e praticamente arrastei o cara pra la, ele teve que enfrentar até o medo de avião. Então meu objetivo era sempre estar posicionado na traseira dele (sem malícia) pra não deixar, em hipotese nenhuma, o cara parar.
Largada foi as 0:15, ja com um frio razoavel, seguimos eu, Marcão e Denis num ritmo bom. Sem nenhuma dificuldade chegamos no PC1, somente o Denis furou seu maravilhoso pneu tubular perto do pedágio e ficou no prego. Do PC o marcão Mandou um pneu e camara reservas pra que ele pudesse seguir viagem.
Entre o PC 1 e 2, Marcão seguiu um pouco na frente enquanto eu puxava um pelote de uns 4 ciclistas, entre eles uma gaucha chamada Monica, pedalando de MTB, pneu semi slick 2 ponto alguma coisa... coisa de doido... mas pedalando mais forte que muito gaucho macho... bem.... deixa pra la. Por volta do Km 70 ela falou que tava caindo de sono e ja tinha "pescado" em cima da bike. Na mesma hora pensei, se ja passei 1 300, 1 400, 2 600 fora as viagens berrando pra não deixar o Vove dormir em cima da bike, por que eu não poderia fazer o mesmo com esse exemplar de uma especie em extinção (pelo menos em Brasilia) das ciclistas bonitas.
Vencendo o frio da madrugada aos gritos de "ACORDA MONICA!!!", rumamos aos PCs 2 e 3, chegando a esse ultimo com o dia amanhecendo, como não tinha mais pizza no estomago, tomei um café com leite pra ver se ajudava a esquentar um pouco e rumamos pro PC4, sempre o Marcão por volta de 5 minutos na frente. Sem maiores problemas chegamos ao PC4 no Km 190 da prova, onde aproveitei pra tirar os 4 agasalhos que vestia. Não estava quente, mas o sol disfarçava o frio, o clima durante o dia foi perfeito. Marcão partiu antes pro PC5 (ultimo) pois pretendia almoçar, eu ja planejava almoçar na chegada, aproveitei pra brincar um pouco de "empurra monica na subida" a mesma brincadeira que ja brinquei com a Camila indo a Piri, ou com a Fatima indo pra Caldas e Alto Paraiso, ate mesmo o Marcão ja se beneficiou dessa brincadeira na primeira viagem dele pra Alvorada.
Do PC5 ate a chegada, eram 60 km, mas a Monica criou o PC 6 na praça do pedágio (km275), alegando que tinha que tirar agua do joelho... tanto mato... porque não aproveitou... heheh... acabou que teve dificuldades alegando uma suposta assadura... assadura???? que que essa menina fez pra ficar assada????
No final ainda teve um fato marcante no momento exato que meu Sigma (não uso cateye) marcava 300km, o suporte dos meus farois quebrou, caiu no chão, e como tinha um buraco redondo pra escoar agua de chuva com o diametro exato do farol Cateye EL-530, não precisa dizer o que aconteceu obedecendo a lei de murphy, parecia uma tacada do Ruy Chapeu, e la se foi R$ 180,00 pro fundo do Guaiba, pelo menos 1 deles eu salvei.
Após 16:15 chegamos os 3 juntos... quer dizer... os 4, pois no PC6 (aquele criado pela Monica) se juntou mais um ao nosso grupo, nesse que foi um dos melhores Audax que participei em termos de organização.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Copa Caloi - Desafio de Campos 2008 - 1ª Etapa


Esse ano fui muito animado a Campos fazer a Copa Caloi, na expectativa de baixar meu tempo do ano passado, principalmente depois do meu desempenho em Porto Alegre, infelizmente não deu, por incrivel que pareça, tenho que treinar muito descidas.


Primeiro tenho que agradecer ao Denis (Audax Brasil) pela hospitalidade, não pude ainda agradecer pessoalmente, mas acho que ate a prova de Campinas eu agradeço.


Viajamos de Varig (eu e o Rodrigo) afinal R$ 48,00 cada trecho não é de se jogar fora, a ideia era alugar um carro em São Paulo. Obviamente reservei um carro grupo A (mais barato) pois a chance de nao ter disponivel é grande, e com a reserva feita, como esperavamos, pegamos um carro grupo C pagando pelo carro da reserva.


Direto de Congonhas pro Ibirapuera, comprar ingresso pro jogo SP x Kiwi (nome original Palmeiras), aproveitei meu desconto de sócio torcedor e paguei meia. Vencida essa etapa, tinhamos que buscar o kit da prova, seguimos então pra Campos parando no Frango Assado pra almoçar as 2 da tarde. Em Campos um abreve seção de fotos, seguido de uma pizza no Gato Gordo - que por sinal é uma merda, além de muito caro, não respeitam a lei federal e o bom senso, permitindo que fumem no interior do restaurante, pior coisa é comer aguentando fedor de cigarro, definitivamente Gato Gordo ta excluido da minha próxima visita a Campos.


A prova - Ansiedade normal pra largada, procurei não ficar muito no fundo, nem muito na frente pra não ser atropelado, o primeiro trecho é muito rápido, ai comecei a sentir a falta de confiança de descer uma serra beirando 70... 80 por hora, ainda por causa da cirurgia, resultado: Não conseguia pegar vacuo de pelotão e ficava com medo quando alguem pegava o meu, então apesar do meu tempo de subida ter sido menor que ano passado, o tempo total foi pior em 6 minutos, uma grande decepção. Mas a prova é realmente espetacular, se tudo der certo, não quero perder as próximas 2 etapas esse ano.


A frustração da prova foi compensada com a chegada ao Morumbi, assistir o porco róseo sendo despachado pelo Imperador. Depois, 7 da noite, ainda sem almoço, encaramos um belo Mc Donalds. Incrivel como nessa hora fica uma delicia aquela porcaria.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Audax 200 - Porto Alegre - 06/04/2008


Depois de mais de 1 ano, retorno a Porto Alegre, e o melhor, pra fazer um Audax.
Decepcionado com os rumos que o Audax Brasilia ta seguindo, ja fui decidido a fazer o 300 tambem em POA, pois a galera de Brasilia ta transformando o Audax mais em uma festa, tirando as caracteristicas que tanto motivam e estimulam num Audax.
Só em Brasilia tem um monte de gente te indicando o caminho, apesar da navegação fazer parte da prova. Em Bsb o tempo todo passa carros e motos da organização do seu lado, ja vi ate alguns fazendo batedor em ciclistas passando por trecho sem acostamento, esse tipo de apoio descaracteriza a prova, onde o ciclista tem que ser auto suficiente, respeitar e ESTAR INTEGRADO AO TRANSITO. Esse ano a gota dagua foi terem mudado o trajeto pra nao passar por trechos escuros, ora, quem tem medo de escuro, bicho papão ou coisas do genero, não faça Audax. Brasilia tem uma prov... festa interessante... vale a pena participar, mas nao devia se chamar Audax.


Como ja tinha o brevet desse ano, fui decidido a baixar meu tempo ou abandonar, afinal, queria assistir Gremio x Juventude as 16:00, ja tinha assistido no dia anterior ao Inter x Ulbra (pelada feia), minha ideia era tentar pegar um pelote logo no inicio e manter entre os primeiros, feito isso, depois de 20 km percebi que tava eu e mais 2 na ponta, o resto todo ja tinha sumido da vista, ai começou a passar pela minha cabeça que dava pra ser o primeiro a fechar, Audax não é superação pessoal? 200 km pra mim só seria superação se chegasse na ponta.
Chegamos os 3 no PC1, parada rapida como deve ser e quando percebi o Pablo tinha saido, ele queria ser o primeiro, apressei o outro cara e seguimos os 2 caçando o Pablo. Pc 2, la tava o cara, agora ele não escapa, mas a Record local pediu pra me entrevistar e nisso o cara vazou, o outro que seguia comigo falou que precisava comer, certamente não ia esperar e segui sozinho. Cheguei ao PC 3 e la tava o cara, tomando refrigerante, agora não escapa. Não demorei 2 minutos e chamei o cara pra gente seguir, fomos trocando vacuo, mantendo 30 a 32 de media. Na chegada do PC 4 ja vi que ele tava nas ultimas, ele ate perguntou se eu nao queria parar uns 5 minutos.... hehehe... falei que nao, que era pra gente seguir logo, fomos ate o PC 5 numa boa, mas depois do PC 5 ele nao aguentava mais puxar o vacuo, só eu que puxava. Faltando 15 km ele ficou um pouco numa subida, resolvi esperar, vi que ele tava nas ultimas. Faltando 10 km, ao passar por um pedagio, minha mente maquiavelica funcionou, tinha um monte de bandeiras da Coca Cola e eu falei "pô, essas bandeirinhas tão de sacanagem com a gente", na mesma hora que ele olhou, resolveu parar pra tomar uma Coca... hehehhe. fiz os 10 km finais sozinho, e cheguei com 7:45, sensaçao do dever cuprido e objetivo alcançado.
Fica o agradecimento aos amigos Franzem e Giovani, por toda hospitalidade, caronas, compania na pizzaria, etc. Certamente o dia que vierem a Brasilia vou retribuir.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Audax 100 - Ubatuba SP - 30/03/2008


Desde que eu comprei a tandem, meu filho passou a exigir que fossemos em todos os lugares de bicicleta, ir e voltar da escola, escolinha de futebol, almoço na casa do avô, etc. Na medida que fomos aumentando a distancia, ele viu que era possivel fazer um Audax, então sugeri que fizessemos em São Paulo, pois tem Desafios de apenas 100 km, ideal pra que ele iniciasse, nisso o Rodrigo tambem foi, pois queria fazer o primeiro 200 km dele.
Viajamos de carro, afinal na minha Meriva cabe a Tandem, a bike do Rodrigo e nós 3, tudo dentro do carro, ficamos no hotel bem em frente a largada e aproveitamos a sexta pra ir ao Aquario e sabado pra ficar a toa na praia, mas o que importa é o domingo.
Largada 7:30, o Gui numa ansiedade danada, afinal nesse dia ele se tornaria o ciclista mais novo a participar (e completar) uma prova oficial homologada pelo ACP no Brasil (acredito que no mundo) com 7 anos, 6 meses e 1 dia de idade. Logo na largada começou a chuva, mas não tirou a animaçao dele, 15 minutos depois começou o sobe e desce. A tandem é muito pesada, então tinha subida que baixava de 10 km/h. Tinhamos previsto parar com 25 km, mas como ele tava inteiro, seguimos até o 33, onde paramos pruma rapida reabastecida e rumamos ao PC. Chegando la (km 55) o Gui se sentia um super star, e acho que naquele momento era mesmo, muita gente tirando fotos dele, querendo conversar.... só faltou aparecer a tv pra entrevistar... hehehe.
Iniciamos a volta, acreditei que seria mais facil, pois o PC era no ponto mais alto da prova, mas nao foi, cada subida que tinha que arrastar aquele quadro de chumbo me desanimava, mas tinha que completar, ele ficaria frustradissimo se nao completassemos. Faltavam 20km e 90 minutos pra acabar o tempo, nesse momento ele começou a ficar preocupado com o tempo, cada subida que a velocidade da bike despencava, eu podia sentir no meu pedal a força que ele fazia, mesmo eu sempre falando que tinha tempo, que iriamos completar esses 20 km finais ele foi numa pilha.
Quando finalmente chegamos no trevo da cidade, a preocupaçao dele mudou pra alegria, faltavam só 2 ou 3 km e tinha mais de 40 minutos. Entramos na cidade, pegamos a beira mar e o resto foi só alegria. 6:35 pros 111 km de uma das provas mais dificeis e emocionantes que participei.
A parte ruim foi ver na chegada que o Rodrigo nao tinha conseguido, furou o pneu no km 17 e arrebentou 3 camaras reservas, ficando literalmente a pé. Mas se o Gui vai tentar um 200 ainda esse ano, ele pode tentar tambem.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Primeira cicloviagem do ano - Anapolis - 28/02/2008



Nessa quinta (28/02) foi feita a viagem que marcou meu retorno definitivo, apesar do braço ainda debilitado, ja consigo pedalar. Um pouco de chuva no inicio, nada que atrapalhasse.


Foi um passeio light de Brasilia a Anapolis com as presenças do Alexandre, Rodrigo e Marcao (este ultimo via celular pois a mulher prendeu o cara)

Obviamente fizemos a obrigatoria parada no Jeriva, pra comer o pastel com caldo de cana. O tempo predominantemente nublado ajudou o pedal a render bem, fechando com media de quase 26 km/h, e, por incrivel que pareça, o Alexandre nao teve que parar pra defecar.

Rodrigo fez sua estreia sem batismo, alem disso... foi o primeiro novato que nao deu trabalho (quedas, garupa quebrando, necessidade de reboque, etc) e até pagou a conta no Jeriva.

Retorno foi pela Viação Goiania, que dessa vez nao ficou manchado de baba, devido a ausencia do Anderson.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Amazon Distance - Manaus - 03/11/2007


Nessa prova tive o prazer de conhecer, e pedalar, ao lado de um dos maiores ultraciclistas do Brasil, se não for o maior - Claudio Clarindo

CHEGADA EM MANAUS:
Descendo do avião, ja se tem uma ideia da temperatura dessa cidade, um amigo meu me pegou no aeroporto e seguimos pra pizzaria, olhei no relogio do celular, marcava 17:00, como sao 2 horas a menos, eram 15:00, dava pra comer a pizza e ainda ir pro jantar de massas oferecido pela organização. Quando termino a pizza percebo como a tecnologia hoje esta avançada, o celular automaticamente atualizou o horario, entao eu sai as 18:00 (nao as 16:00) da pizzaria direto pro jantar de massas.

DIA DA PROVA:
Como eu ja esperava, sem despertador, por volta de 4 da manha eu acordei, maldito fuso horario, isso equivale as 6 da manha em Brasilia, horario que um atleta de alto desempenho costuma acordar. 6:30 o pessoal da equipe me pegou e seguimos em direção a largada... preparação das bikes, arrumaçao das tendas, 7:15 o termometro ja marcava 31º e uma constatação... lembrei que na semana anterior, ficamos todos deslumbrados com o nivel DAS ciclistas (feminino) fazendo o desafio de Campos, chegando em Manaus, fiquei deslumbrado com o nivel DAS ciclistas da região, pude então concluir que não são apenas as feias que gostam de pedalar, isso só acontace em Brasilia, espero confirmar minha teoria em Fortaleza.
80 atletas prontos pra prova, entre eles o bi-campeão das 24 horas de Fortaleza e primeiro brasileiro a fazer o RAAM, Claudio Clarindo, figura super simpática. Altimetria praticamente plana, apenas 1 subida na metade da volta de uns 500 metros, tudo conspirava pra ser mais uma prova tranquila (ai que me enganei). Me preparei psicológicamente pra fazer 22 das 24 horas debaixo de chuva, afinal, novembro é o inicio da estação chuvosa em Manaus, e, quando não é época de chuva, ja chove muito por la. Mas como me blindei das pragas do Zezinho.. as 24 horas da prova foram sem uma unica nuvem no céu.
8:40 foi feita uma volta de apresentação pra GROBO filmar (Galvão filma eu) e finalmente as 9 em ponto com uma agradavel temperatura de 33º foi dada a largada. Comecei minhas voltas e minha equipe pisou na bola feio, passei 4 voltas sem receber agua, o que fez meu tempo de volta despencar de 16 pra 22 minutos e iniciar uma desidratação dificil de reverter naquele calor. Após minha reclamação, toda volta tinha um apoio, trocando a garrafa de agua e gatorade, recebia power gel, frutas, ate banho eu recebia a cada volta, serviço de primeiro mundo.... nunca imaginei que seria tão confortavel pedalar com um saco de gelo nas costas, tambem nunca imaginei que em menos de 6 minutos todo o gelo ja estaria derretido.
A primeira etapa da minha estrategia foi bem cumprida, foram 5 horas initerruptas com media de 26,5 km/h, foi entao que fiz meu primeiro pit stop de 20 minutos (14:00), no meu retorno a pista comecei a sentir um forte desconforto, estava desidratado, fiz mais 3 ou 4 voltas parando a cada volta, meu estomago tava totalmente estufado de tanto liquido que eu ingeria, mas cheguei a conclusão que não conseguia absorver o liquido na mesma velocidade que perdia... fiquei muito mal... naquele momento eu me perguntava o que eu estava fazendo ali..... se alguem tivesse oferecido R$ 100,00 na minha bike eu teria vendido... fiquei groge, andava cambaleando mais que bebado, pensei em passar o resto da vida fazendo PNDF, que não tinha nascido pra tanto sofrimento, que aquilo não era vida... me senti o próprio Vinicius quando surtou na subida de Alto Paraiso, naquele momento havia abandonado a prova. Nem a agradavel temperatura de 36º me animava a voltar, estava absolutamente sem condições.
Depois de 5 horas parado, ingerindo muito liquido, boletim parcial me colocando na penultima colocação, almocei (ou jantei?) uma macarronada, conversei com um santista (acredito que da equipe do Clarindo) ele me incentivou a voltar, ate falei que a cabeça ainda tava explodindo, mas ele mandou a mulher pegar um tilenol e praticamente me obrigou a voltar, renasci naquele momento, ja era por volta de 8:30 da noite, a temperatura desabou pra 28º, fiz a primeira volta e me senti tão bem, parecia que eu era um velhinho que andava desgostoso da vida, logo após tomar o primeiro viagra, comecei a baixar tempo, cheguei a fazer algumas voltas na casa dos 13 minutos (lembre que minha melhor volta era 16:04) percebi que muita gente tava quebrada, a cada 3 voltas eu conseguia tirar 1 dos concorrentes direto, a partir desse ponto, meu organismo voltou a funcionar, tomava de 1,7 a 2 llitros por hora e fazia xixi tambem a cada hora (minha primeira urinada foi depois de 8 horas de prova, quando ja tinha "abandonado") mantive esse ritmo por 4 horas, fiz mais um pit stop de 30 minutos e voltei pra pista. Ja passava de 1 da manha e tinha muita gente quebrada, até o Clarindo me falou que tava sentindo o desgaste do RAAM, mas que o objetivo dele era Fortaleza (eu ja acredito que foi o clima que lascou o cara tambem). Com pouca gente na pista, mantive minha corrida de recuperação, o ritmo obviamente caiu bastante, mas os 26º da madrugada ajudava.
De 2 as 4 da manha, eu fazia 2 voltas e dava uma parada, olhava nos boxes a quantidade impressionante de ciclistas desmaiados, dormindo em qualquer lugar, aproveitava também pra monitorar as parciais, a das 4 da manha ja me colocava em 9º no geral, 6 voltas atras do 8º, que estava parado desde as 10 da noite, consegui dar mais 3 voltas, só que a prova começou a ficar meio "sinistra", a guarda municipal abandonou o local da prova sem qualquer justificativa, contavamos tambem com poucos PMs, (insuficiente pra garantir a segurança sozinhos), vi alguns bebados invadindo a area da prova, um retardado resolveu brincar de slalon nos cones e capotou o carro, as pessoas queriam fazer retorno onde estava fechado e paravam o carro atravessado na faixa da prova, uns idiotas de carro deram um tapa num ciclista que quase caiu... a consequencia desse abandono da guarda municipal foi que, em comum acordo com os chefes de equipe, a prova foi encerrada as 5:30 da manha, apos 20,5 horas de competição por falta de segurança.
Eu concordei com o encerramento, óbvio... mas 3 voltas a mais (1 hora de prova) eu arrancava aquele 8º lugar, ficando atras de ninguem menos que Claudio Clarindo (7º colocado), um resultado nada desprezivel pra quem foi quase crucificado vespera da prova de Campos, quando se falou que eu fazia essas provas apenas pra passear. Ainda aguardo o resultado oficial, mas se não me engano fechei 39 ou 40 voltas, que totaliza entre 370,5 a 380 km.
Apenas pra constar, enquanto desmontavamos tudo, 6:30 da manha, o relogio ja marcava 31º

VOANDO GOL:
Como qualquer ciclista, eu odeio a Gol pela tarifa que cobra pra transportar bicicletas, mas de posse do recibo da taxa paga na ida, quando no check in me informaram da cobrança, falei que ja sabia e que ja havia pago, COLOU!!!!!!! economia de R$ 100,00 nunca é de se desprezar.

domingo, 14 de outubro de 2007

2ª Viagem a Alto Paraiso

Depois de meses e meses de planejamento, tudo parecia certo pra mais uma viagem, ate que posto a previsão que teria 30% de chance de pancadas de chuva... estranhamente meia hora depois recebo menságem do Zezinho informando que não poderia ir.... claro que todos nos acreditamos que se trata apenas de uma coincidência...
saída prevista pras 4, acordo 2:50 com o Anderson me ligando (meu despertador estava programado pras 3) os tais 30% se tornaram realidade... um pé dagua caindo... o céu tava desabando... a muieu ainda fala que teríamosteriamos que adiar a viagem... liguei pro Alexandre e ele ligou pro Flávio e pro Novato... apesar de o Novato estar no local as 4 da manha mesmo debaixo de chuva (que disposição... começou bem) foi consenso geral adiarmos a viagem.
Claro que não somos um grupo de Zezinhos... tava pensando o que?? adiamos pras 6 da manha... na verdade 5:30 já estávamos com as bundas na bike Eu, Vove e Alexandre num pelote e Flávio, Novato e um amigo do Flávio que acompanhou ate São Gabriel, o cara ta pedalando bem, criou ate uma carenagem que pesa apenas 18 kg pra melhorar a aerodinâmica... show de bola... com tempo ele acaba de equipar a bicicleta, botando uns CDs nos raios e uma lameira com escudo do Framengo.
Como Anderson voltou a dormir, preferi não acorda-lo mais... afinal.. era aniversario de casamento dele... se ele gastasse as energias pedalando com a gente.. não ia agüentar a "comemoração".... e o que a esposa ia pensar??? sera que ela acreditaria que foi apenas exaustão de uma pedalada ou já pensaria no que o marido fez com Vove?
Eu já havia falado que o novato começou bem... vamos falar de sua participação na viagem... não sei se o cara se confundiu, mas levou bagagem pra passar uma semana em Alto Paraíso, como eh um cara prevenido, com medo de não achar suprimentos durante o trajeto, também levou 18 garrafas de gatorade pra ir consumindo ao longo do caminho, sem falar nos 2 pares de chinelo, um pra ficar no hotel e outro pra passear na cidade, sabonete, shampoo, ate * PERFUME* o cara levou... sera que era expectativa de conhecer o Vove??? Resumindo, o cara tava com uma bike de 58 kg, pensei em sugerir ate ele pegar emprestada a carenagem do nosso amigo professor Pardal. Com tanto peso, pode-se imaginar o que aconteceu..... não não.. ele não pregou... agüentou bravamente as subidas.... quem não agüentou foi o bagageiro, que quebrou em São João da Aliança devido ao excesso de peso... sempre que pegava uma trepidação, o nosso "remendo" soltava e suas tralhas caiam em cima da roda traseira, forçando uma parada... mas sabe como eh... novato eh sempre novato.
Flávio (antigo Novato) ta treinando pro tour de france categoria matusalém, então em São Gabriel o cara disparou e chegou 5 da tarde em Alto... não parou nem pra almoçar... foi a base de uma maltodextrina enriquecida com ovo.... a conseqüência disso não eh difícil de imaginar... ate na rodoviária cheia, enquanto esperávamos o ônibus, o cara se afastava pra disfarçar, mas como não controlava a intensidade dos estrondos, virou atração turística por la... todos queriam ver o autor de tao bela sonoridade. Mas o facinio dele por orelhões continua, parecia criança empolgada contando que conseguiu usar 126 orelhões.
Vove... putz... cara... temos que dar uma salva de palmas pro cidadão... não sei se eh efeito do patrocínio (em troca de favores sexuais) mas pela primeira vez na historia *não furou 1 pneu sequer!!!* Antes de me chamarem de mentiroso, perguntem aos outros pedalantes.
Arriégua dessa vez não caiu... só fatos inéditos nessa viagem
Em Alto Paraíso comemos a tradicional pizza (4 pizzas grande pra 5 esfomeados) com direito a musica ao vivo... apesar de ser GO não foi musica de corno, foi de capital inicial, passando por Ana carolina, metálica, guns, u2 e ate o parabéns pro vove que pedi pra ele cantar... afinal primeiro pedal sem furar pneu ou amassar roda do cara.
No final... todos moídos e satisfeitos, depois de congelar por 4 horas na rodoviária, pegamos nosso ônibus e chegamos em casa agora.... deixa eu tomar meu banho senão a muieh me mata... hehehheh
ate a próxima

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

DIREITO DE RESPOSTA

Quem acompanha a lista do PNDF e REBAS deve ter notado o mail q o Gaucho enviou metendo o pau (gaucho metendo o pau??? soh em mail msmo) por eu ter chamado a adriana pra pedalar comigo e o zezinho, segue na integra a msg dele e a minha resposta...

QUEM QUISER COMPLEMENTAR, FICA A VONTADE PRA POSTAR NAS 2 LISTAS... MUITA OUSADIA... O CARA TEM Q RESPEITAR O CAPITAO ROLHA!!!

Respeito ao PNDF Dom, 16 de Set de 2007 4:17 pm
Na ultima quinta feira enquanto esperávamos para sairmos para o nosso pedalzinho básico um ciclista que já participou do PNDF parou convidou a Adriana para acompanha-los em seu pedal porque segundo ele a galera do PNDF é muito lenta, a Adriana agradeceu e seguiu com o PNDF. Não é a 1º vez que alguém faz comentário a respeito do PNDF, para quem não sabe o PNDF foi criado pelo Walter, um dos cara mais sensacionais que eu conheço, com a finalidade de agregar pessoas, de juntar pessoas de todas as classes e credos enfim para formar amigos então pessoas que acham que o PNDF é lento: Se você não sente prazer em ajudar alguém que tem muita vontade de pedalar, que está começando e precisa do incentivo de outros ciclistas não nos critique por andarmos na velocidade destas pessoas, Se você não sabe o que é chegar em casa às 00:30, tomar a maior carraspana da esposa(o) e mesmo assim ficar feliz porque sabe que foi útil à alguém não nos critique, Se você não sabe o quanto é bom fazer uma viajem até Goiânia com pessoas que achavam que não conseguiriam pedalar 30 km, não nos critique Se você não sabe o quanto é divertido andar na cozinha do PNDF, conhecendo pessoas que com o tempo se tornarão grandes amigos não nos critique. Com relação a Adriana vale lembrar que a idéia dela fazer o Audax surgiu de uma conversa com o Walter, que ela fechou os 200, 300, 400 e 600 km na 1º vez, não precisou tentar duas, que todo o período de treinamento foi feito com um integrante do PNDF/REBAS, convém lembrar que a Adriana fez 1050km, faltou menos de 200 km e que ela só não terminou para ficar junto do namorado que não conseguiu acordar e como boa seguidora dos ideais do PNDF ela jamais deixaria um companheiro sozinho(é claro se você não é do PNDF e Rebas não vai entender o sentido da palavra DOAÇÂO). Engraçado que nunca encontro estes fodãos dos pedais, hoje mesmo fui e voltei a formosa e não vi uma viva alma pedalante, me parece que esta galera só sabe ficar andando em fila ao redor do parque da cidade. Gaúcho No Rio Grande do Sul costumamos dizer que o único bicho que come e depois vira o Cocho é o porco, mas aqui está meio parecido alguns cidadãos vêem ao PNDF aprendem a pedalar e depois saem falando mal. Humildade é a mãe das virtudes galera, não critique o que você não entende ou não tem capacidade de fazer.

*RESPOSTA*

Gaucho, não sei pq vc anda tao mordido, mas algumas coisas tem q ser esclarecidas... convidei a adriana não porque o PNDF eh muito lento, e sim pq ja pedalei muito com ela e queria botar o papo em dia, pois foi a primeira vez q a encontro apos o PBP. Quanto ao fato do PNDF ser muito lento, isso ninguem pode negar, mas nunca niguem ouviu e nem vai ouvir critica minha a respeito disso.
Nao critico o pndf pela velocidade, critico a maneira como esta engessado com a justificativa da segurança, porem fazendo balao do aeroporto pela contra mao, quanta contradição. Lembro na epoca que eu fazia, que todos paravam pra aplaudir neguinho descendo escadaria, hj se um sobe um a calçada, no dia seguinte chove emails criticando.
Sei muito bem o que eh viajar com pessoas que achavam que não conseguiriam pedalar 30 km, ja fiz viagem pra Alvorada do Norte, Caldas Novas, Alto Paraiso e Pirinopolis com pessoas que nunca tinham pedalado mais de 40 km antes, inclusive tendo que empurrar por mais de 60 km uma ciclista com a mao nas costas dela, rebocar com corda a outra, parar onibus no meio da estrada pra embarcar a menina que nao aguentava mais, chamar viatura da PRF pra levar o cara q tinha pregado no km 150 com mais de 30 graus....
Quanto aos audax.. tb fechei o 200, 300, 400 e 600, soh posso classificar como RIDICULO esse comentario me desmerecendo por nao ter completado o 600 na 1ª vez quando eu estava com uma forte gripe, algo que pode acontecer com qualquer 1. Mas fui la na segunda tentativa e completei, pois sempre acreditei no meu potencial. Este comentario ridiculo seria como eu querer te ridicularizar por ter terminado o 300 vomitando e nao ter nem tentado o 400, convenhamos....
DOAÇÃO? vc acabou de me criticar por não ter conseguido terminar o 600 na primeira tentativa... mal sabe vc que meu estado fisico não era dos melhore, mas do meu colega que viajou comigo, fez o 200, 300 e 400 comigo, fez ja umas 10 viagens comigo, vai a Fortaleza pras 24h comigo e estava fazendo a prova toda junto, estava pior. Parei principalmente pq sabia q se eu seguisse, ele tb iria, mesmo sem condiçoes. Pensei em retornar a prova qdo o grupo do richard chegou no PC, mas sabendo que o Doguinho iria seguir sem condiçoes caso eu fosse, preferir desistir nakele momento.... Soh pra constar, ele tb terminou na segunda
Obrigado por me considerar um "fodão" do pedal, nunca me achei assim, mas no meio de tanta critica....
Em fila ao redor do parque, realmente eh muito chato, acho que posso contar nos dedos qtas vezes fiz isso, naquele dia especificamente, estava la exclusivamente pra acompanhar e estimular um amigo que se preparava pro iron man, talvez a tal DOAÇÃO que ainda não aprendi o que significa
Em tempo, não aprendi a pedalar no PNDF, participei sim, enquanto tinha algo que me motivava, inclusive a alegria e gaiatisse do Walter, Kirk, Pablito, etc... como o grupo mudou muito e deixou de ser interessante pra mim, parei de pedalar com eles, mas nao deixei de respeitar o objetivo do grupo, apesar de nao concordar com muitas regras que engessaram o pedal, mas nem por isso vou deixar de entregar a medalha do audax 600 pro walter asism que sair da UTI, estou aguardando soh o Marcelino me avisar qdo ele estara em condiçoes de receber.
Nao coloque palavras na minha boca, vc distorceu todo o ocorrido pra atacar de bom moço, super heroi dos malfeitores q insistem em atacar o PNDF
Em tempo, belas palavras, "Humildade é a mãe das virtudes galera, não critique o que você não entende ou não tem capacidade de fazer." Nao eh a primeira vez que vc faz comentarios infelizes na lista, me lembro ate qdo a galera passou por apuros no transito a baboseira q vc escreveu. Lembro tb um dia que pedalavamos juntos e vc começou a falar que a coisa mais imbecil do mundo era jogar futebol (qta humildade) ao saber que eu sou jogador de futsal, federado, que disputo campeonatos regulares, e que fiquei ofendido com o comentario, vc tentou consertar... sem sucesso. Aprenda com a frase, apenas recitar fica sem sentido

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Audax 600 - 2ª tentativa - Campinas - 07 e 08/07/2007

Depois da frustração de não ter completado os 600 mês passado, veio a alegria de ver uma nova chance.

Segue um breve relato de como foi a ultima prova de 600 km antes de Paris, depois do fracasso da ultima tentativa, fui determinado não só a concluir, mas também a fazer um tempo bom.

7/7 6:00 largada com tempo não tão frio, sai apenas com um corta vento por cima da camisa

8:30 tempo nublado ajudando a temperatura ficar agradável, 60 km rodados

10:40 Do km 108 ate Casa Branca, apareceu um vento contra pra atrapalhar um pouco

11:40 chegada ao km 128 em Casa Branca, inicio do retorno da primeira etapa, pra aproveitar que agora o vento fica a favor. Entre 11:30 ate as 14:30 o sol castigou bastante.

14:57 200 km rodados passando por Mogi Mirin

17:25 Terminando a primeira etapa de 255 km, aproveitei pra tomar um banho, comer um miojo com sardinha e agasalhar pra encarar a segunda etapa madrugada adentro

18:55 Saída do ponto de apoio

21:45 pneu dianteiro furado, no km 290, faltando 4 km pro PC. Depois de uma sopa feita na hora, segui pra concluir logo essa etapa

08/07 03:35 Completei o km 400, desisti de seguir mais 50 km a noite e aproveitei pra tomar um banho e tirar um cochilo de 1:30 pra recarregar as baterias pros últimos 200 km

06:55 depois do café da manha, parti pra ultima etapa, em direção a Anhanguera

8:45 segundo pneu dianteiro furado

9:30 entrada na Bandeirantes, foram 50 km de muita subida e forte vento contra ate pegar a entrada de Indaiatuba, chegando no PC do km 518 as 13:30

15:00 de volta a Bandeirantes, agora com descidas e vento a favor... a media sobe bastante

16:30 ultimo PC, faltam agora apenas 40 km

18:42 Chegada - 605,27 km rodados em 36:42, media liquida de 22,48 km/h. 7 largaram e 5 completaram

Paris Brest Paris? Ainda não sei.. ate amanha eu defino, ainda to me recuperando das assaduras...com um bom patrocínio tudo fica mais fácil.

sábado, 9 de junho de 2007

Audax 600 - Campinas - 08 e 09/06/2007


6 e meia da tarde do dia 8, eu e o Vove completamos 255 km da prova, vamos jantar e partir pro trecho da madrugada de 155 km, a semana resfriado me deixou meio debilitado, não sei se conseguirei completar, mas enquanto tiver energia, to seguindo... qq coisa tem o plano B - curitiba semana q vem...

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Como diria o Alexandre, tb conhecido como arriegua, esse tal de Audax é um cara muito bruto, infelizmente pra desespero de todas minhas fas, nao foi esse ano que eu fechei a serie, nem eu, nem o Vove, não consegui repetir nem os 400 km feitos no mes passado, parei no km 300. Tomei quase uma overdose de paracetamol e fluviral durante a prova pra tentar diminuir os efeitos do resfriado, mas nao teve jeito, fiquei ate sem voz, garganta foi pro saco. Infelizmente estava prevendo esse desfecho pelo meu desempenho nos 255 km iniciais onde gastei 1 hora e meia alem da minha previsão, apesar de ter conseguido fazer as paradas bem curtas, apenas 15 minutos em cada PC, pra comparar, no 400 ficávamos de 30 a 40 minutos.. a media de velocidade tb ficou muito abaixo das outras provas... enfim... quando o frio chegou, por mais que eu estivesse com um underwarm, camisa de manga longa, agasalho de ciclismo e corta vento, fiquei congelando. Meu parceiro, o Vove, que podia me estimular.. tava pior que eu, eu sem garganta ainda tinha que ficar gritando pra ele não dormir na bike e tomar um tombo, depois ele confirmou o que eu achava... foi pura falta de treino. Quando mencionei que pensava em desistir ele desabou e falou que não aguentava mais, com esse estimulo... hehehe.

Não sei se eu completaria caso estivesse 100%, acredito que sim, tinha traçado uma boa estratégia, mas só vou pra curitiba fazer a ultima tentativa dos 600 caso minha recuperação seja em tempo recorde... se segunda feira eu nao estiver 100%, não adianta nem tentar, deixo pro ano que vem.... ano que vem não tem a prova da França.... mas 2011 tem.

Foram poucos que fecharam a serie (200, 300, 400 e 600) logo na primeira tentativa, eu quase cheguei.

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Audax 400 - Campinas 05/05/2007


Prova desgastante, totalmente diferente do que foi Brasília, por causa da altimetria... acredito que quem completou o 300 por aqui tinha tudo pra completar os 400 la, o trajeto se assemelha a rodar pela L4, lago norte, lago sul... ou seja... nenhuma subida de lascar como a da Schin, do Jeriva... subida de 10.. 13 km... acho q Paulista não sabe o q eh isso...no máximo 2 km.. e bem mais suave.


PC 1 (60) Gostei de ver Gatorade a vontade, alem de sanduiches, barras de cereal, e frutas.

hora de sair do pc, nenhuma menção na planilha ou orientação do responsável pelo pc que teria que sair pelos fundos do posto, rente ao muro, atravessar um beco pra pegar outra rodovia que não tinha saída na bandeirantes, resultado... eu, vove, Adriana e pelo menos mais 8 ciclistas seguiram pela rodovia... e nada da responsável pelo pc falar alguma coisa... quando começou a ficar perto de São Paulo eh que percebemos que tinha algo errado... 22 km rodados fora do percurso... 44 na verdade, pois tinha que voltar mais 22,

chegada no pc2 (100)1 hora depois do fechamento... mas... a planilha tava errada... tiramos foto no pc pra comprovar q passamos por la e seguimos, depois de todo bafafa ouvi dizer que seria cancelado o pc2, pois pelo menos metade dos participantes tiveram problemas naquele pc devido ao erro na planilha.

PC3, (140) voltamos ao horário, chegamos 10 minutos antes do fechamento, a parte positiva da alimentação nos pcs me fez ver que não precisava levar nada como fiz em Brasília, dava pra fazer a prova sem comprar nada.

PC4 (170) já estávamos com tempo de sobra.. voltamos efetivamente a prova, parada rápida pra chegar nos 200 antes de escurecer.. quer dizer.. chegar nos 246


PC5 - (210) logo na chegada uma colisão traseira entre o vove e Adriana.. ela freiou de uma vez e ele vinha distraído como sempre... os 2 pro chão... um descanso maior pra iniciar o trecho noturno

PC6 (260) nessa hora a Adriana desgarrou.. eu e o vove precisávamos de um descanso, seguimos devagar e 35 km depois deitamos na grama na lateral da rodovia... uns 30 minutos de descanso

PC7 (318) como ja tínhamos descansado, foi uma parada bem rápida, ainda na tentativa de chegar na Adriana e nos outros 5 ciclistas q estavam uns 20 a 25 minutos a frente, o frio estava castigando... meu agasalho que foi perfeito em Brasília não dava conta de me manter aquecido, e torcia pra aparecer subidas pra conseguir me aquecer

PC8 (348) olhei pra van com um colchonete dentro e fique tentado... mas já tinha cruzado com a Adriana no pc e achei que conseguiria agrupar... 10 a 15 minutos a frente, nessa altura o vove ja tava querendo "pescar", paramos no centro de apoio ao usuário (rodovia pedagiada km 370) e ele dormiu meia hora, não tentei cochilar com medo de perder o horário. No km 388 foi minha vez de ficar mal.. avistei a praça de pedágio e pensei.. eh la q fico... se não faltasse tão pouco acho q desistia... estou certo que se tentasse seguir eu ia "apagar" estava muito mal... desabei no chao duro e fiquei por pelo menos meia hora... o cara do pedagio queria chamar uma ambulância... depois de meia hora eu já conseguia falar e avisei que não era pra chamar por que eu ia terminar a prova, tirei a mochila da garupa e coloquei no meu peito, sob o agasalho pra suportar o frio.

Chegada - já amanheceu, aquela sensação de ver a chegada e indescritível... depois de um banho, café da manha e uma boa dormida recebi a medalha... o certificado ficaram de mandar depois pelo correio.

domingo, 22 de abril de 2007

Audax 300 - Brasília - 22/04/2007



Inacreditavel como a gente nao tem pena do proprio corpo, esses 300 km.. na verdade 308 foram coisa de louco.

Mas vamos la, analisar as performances individuais e aspectos gerais.

Desistentes:

Patrique e Vinicius nem se inscreveram, crentes de que nao teriam condiçoes... mas acho q os 2 completariam a prova

Gleise o marido nao deixa

Participantes:

Andre (zezinho) - destaque total da prova, não pelo seu desempenho, mas pela sua furada... desistiu momentos antes da largada alegando que chegaria muito cansado e que nao gosta de pedalar a noite... porra... olha zezinho... vc pode fazer os passeios ciclisticos do extra.. aqueles que se pedala 10 km a 8 km/h de media, com carro de som acompanhando, cordao de isolamento da PM, etc etc etc

Marcão - infelizmente nao conseguiu, mas tá de parabens, pois nao ficou com medo de pedalar a noite, nao se preocupou em ficar moido... chegou ao seu limite... se nao me engano no km 250... faltou pouco... mas as caimbras foram mais fortes que sua disposiçao em superar esse desafio (nao que a disposiçao fosse pequena como do zezinho, mas que as caimbras foram maiores)....quem acompanhou a evoluçao dele nos ultimos meses sabe que ano que vem ele completa. No final, aposto que o carinho que recebeu da noiva foi melhor do que se tivesse terminado.... aquele "tadinho" é muito bom....Parabens Marcao.


Anderson - depois do estimulo (tipo o q o patrique não entendeu e ficou magoado) ele resolveu voltar a forma e reassumir o titulo de trator.. claro que com adaptaçoes... como aderir ao pneu slick, mas ainda eh o trator. Completou a prova em 17:30

Henrique (eu) - Durante o sabado tava com uma diarreia braba, ja fiquei grilado, no pier usufrui do banheiro tb despachando akela bolonhesa, aproveitei pra pegar emprestado um rolo de papel, durante o trecho iluminado nao conseguia chegar na galera... nao sabia se eu tava debilitado pela diarreia ou se a galera tava forte... ja traçava meu plano B - ir pra curitiba fazer o 300 la no fim de semana seguinte... demorei ate pra chegar no marcao, que normalmente segura nossa cozinha.... nessa hora mil coisas passam pela cabeça... tanta expectativa frustrada por uma diarreia... chegamos no pc 1, carimbamos seguimos ate a PRF, la aproveitei tb o banheiro, a perspectiva nao era a melhor... cuidava da hidrataçao e seguiria enquanto aguentasse. Do PC 1 ao 2, conforme combinado, seguimos agrupado, o frio começou a castigar, o movimento foi baixisimo, o que nos possibilitou seguir com tranquilidade, fiquei um pouco tonto, reforçando a ideia de que nao consiguiria. Chegamos ao PC 2, devido ao estado do banheiro decidi segurar, qq coisa tinha o rolo do Pier, era aquela massa quase liquida q se percebe q nao pode soltar um pum sem melar a cueca... felizmente essa foi a ultima vez que a diarreia se manifestou, senao certamente eu estaria indo pra curitiba. Do PC 2 ao 3, ainda no breu aconteceu o momento mais tenso da viagem, deixo pra relatar quando estiver falando do Vove. Chegando ao PC 3, ja de dia, começamos a dispersar, pois nao havia mais aquela necessidade do agrupamento. PC3 ao 4 foi desgastante, cheguei em Alexania nas ultimas e tomei uma decisao, almoçar e dormir. Depois do almoço deitei no chao e botei as pernas em cima de uma cadeira, cochilei por exatos 10 minutos, sendo acordado pela gargalhada escandalosa da Adriana (todo PC era assim), esses 10 minutos fizeram milagre, acordei zerado.. ate a dor nas pernas tinha sumido. PC 4 ao 5 foi quando o sol castigou, mas na chegada do PC fomos brindados com uma pequena chuva, refrescou e deu outro animo, carimbei e segui ate a PRF, la comi meu atum, biscoito, peguei minhas barras, bebi o maximo q pude e enchi as garrafa e segui pro ultimo trecho... desde anapolis o Felipe (088) me acompanhou (ou o contrario) na subida da Samabaia o cara desembestou, subiu a 20 km/h na parte mais forte e 25 no restante chegando a 30 no final o que fez reduzir 45 minutos minha previsao de chegada... o resto.. soh alegria... porra.. vou pra campinas!!!! Completei em 17:17


Vove - Sempre a figuraça das viagens e audax, como nao podia deixar de ser aprontou, mas dessa vez todos temos que tirar o chapeu, nunca imaginei que o cara pudesse ser guerreiro e determinado dessa forma... voltando ao trajeto do pc 2 ao 3, as 5:20 da madrugada, a lanterna que ele prendeu no garfo entrou na roda e travou tudo... por milagre ele nao caiu e tb nao derrubou ninguem, pois nesa hora tava todo mundo agrupado como um pelotao, eu so vi as faiscas saindo e o cheiro de caminhao descendo ladeira queimando as lonas de freio, todo mundo abrindo e freiando.. passado o susto fomos ver o estado da bike.. afinal.. levei chave de raio e 2 raios reserva... putz... todos raios quebrados... como ele nao caiu??? Todos nos pensamos... acabou a prova pro vove, nao falamos porque a cara de choro dele dava pena, o cara empina a bicicleta e começa a andar de volta ao pc2, 6 km, recusou carona do marcelino.. chegou no PC as 6:30, mais de uma hora de caminhada empurrando a bike empinada, la ele conseguiu uma roda emprestada e saiu voando baixo, quando ele me ligou falando isso nao acreditei... chegou as 19:35... maior guerreiro dessa prova. Detalhe.. hj ele ta deitado no fundao da sala dele moido e com febre.

Alexandre - surpreendente, a mulher dele deu apoio, levou ele la, deu ate beijo de despedida, deve ser por isso que o cara conseguiu tb, chegou junto do vove depois de 19:35 de prova... so falhou em nao lembrar no pc 2 de ligar pra casa do zezinho por volta de 4:30 da manha.


Hj eh o dia de cicatrizar as feridas (feridas msmo... minha bunda ficou em carne viva... estou segurando pra nao ter que ir ao banheiro... dede o posto da PRF na ida q nao vou) e a noite ja espero ter tudo certo pra fechar a viagem pra campinas.

quarta-feira, 21 de março de 2007

Audax 200 - Brasília - 25/03/2007


Sofrido mas foi bom... depois de muita expectativa finalmente fizemos nosso primeiro Audax... .e o melhor... todos completaram a prova dentro do tempo e estão habilitados pra fazer o 300... mas pra isso temos q treinar muuuuito... basta cada um lembrar do final da prova e imaginar que ainda teria mais 100 km pela frente.
Alexandre, temos que mudar seu apelido, pois nunca vi cabra macho se derreter em lágrimas daquele jeito.. tava parecendo ate gaúcho...falando em gaúcho.. o Patrique tentou disfarçar mas tambem não segurou as lagrimas.... ainda bem que cheguei de óculos escuro... hehehhe... eu tinha certeza q o alexandre conseguiria, mesmo com a pneumonia.. só tinha duvida se a bike aguentava... chegou desmontando toda, mas chegou... é alguem q vai ter q investir um pouco pro 300...Vove... ah o vove... figuraça... fez quase um audax 300 ontem devido ao retorno que teve que fazer... achou que as indicaçoes de PC1 eram só pra enfeitar a beira da rodovia... enquanto o vinicius ajeitava o gatorade no bolso da camisa, la veio o vove tirando onda:-(Vove) Eu botei os meus na garrafa... tava sem agua mesmo-(Vinicius) Vove, porque você não encheu no PC?-(Vove de olho arregalado) Que PC???????vale lembrar que nem a chegada o cara acerta... um monte de gente indicando o caminho e ele passa reto... eh uma figura única... talvez se juntar ele com o Bolinha.... hehehe... vê se pro 300 pelo menos lava a bike. Anderson ex-trator ta precisando de uma retifica no motor... ate questionei a mulher dele enquanto esperavamos (muuuito tempo) pela chegada se ela tava maltratando muito ele... pois ele já teve dias melhores... mas chegou... acho q esse negocio de brincar de puliça quebrou o ritmo do cara....Marcao, que um tempo atraz todos duvidariam q conseguisse... ta importando direto do bezerra a linguiça q tanto o alegra... mostrou que um pouquinho mais de treino ta apto pro 300, 400, etc etc etc Vinicius com aquele quadro de chumbo foi ate bem... chegou ao segundo PC com quase 29 de media...mas a tal da Schincariol deu uma ressaca braba nele.,.. falou que agora só Skol... pro 300 põe pelo menos uma pedaleira.
Zezinho contrariando todas as previsões chegou na frente da maioria da galera, mostrou q spinning funciona sim... pena que não foi de speed, pois iria sujar.
Gleise eh a pop star... chegou alegando estar moída mas ainda correria uma meia maratona... depois foi tirar onda dando entrevista ao vivo na transamerica... detalhe.. largou atrasada pra evitar o tumulto... só que 70% dos participantes pensaram como ela... e a largada dela tava mais congestionada do que a tranquilidade das 6.
O trajeto teve grande dificuldade, pelas inumeras subidas, o trecho entre o PC 2 e 3 definitivamente é o pior, pois além das subidas, o sol ta mais forte, mas no final tudo deu certo, emocionante depois de 2 anos sonhando, poder completar meu primeiro Audax.